quinta-feira, 16 de junho de 2011

ADSE

Com regularidade várias vozes, mais ou menos qualificadas sobre a matéria, falam em extinção ou alteração profunda no modo de financiamento da ADSE.

À partida até nem tenho grandes objecções visto que em relação ao regime geral os serviços prestados, bem como os benefícios ao dispor dos funcionários, não são assim tão evidentes e vantajosos como se quer fazer crer.
É certo que em Lisboa, Coimbra e Porto os funcionários dispõem de um leque mais alargado de organismos prestadores de cuidados de saúde que possibilitam maior capacidade de  escolha. Todavia, fora dos grandes centros, mesmo em capitais de Província / Distrito, como é exemplo a cidade de Faro, dificilmente se descortinam, para a maioria das especialidades, clínicas ou consultórios médicos com condições de prestar os serviços de que os utentes necessitam. Nestes casos, a urgência do Hospital, o Centro de Saúde ou o médico particular, sem qualquer acordo com a ADSE, acabam por ser a escolha.

O Estado Português, enquanto entidade patronal, tal como se exige às empresas e organismos de direito privado tem, ou deveria ter, responsabilidades na prestação de cuidados de saúde aos seus funcionários. Neste campo, muitas empresas e organismos de direito privado, e bem no nosso entendimento, proporcionam aos seus empregados boas condições na escolha dos organismos prestadores dos cuidados de saúde. É o caso de sistemas, como por exemplo o dos Bancários que dispõem, no campo da saúde, de convenções bastante atractivas e bem mais atraentes que a ADSE.

Igualmente numerosas empresas, incluindo as públicas, oferecem aos seus colaboradores seguros de saúde e outras regalias bastante atractivas, com condições muito vantajosas.
Não nos consta que estas situações sejam para acabar. Porquê então a extinção da ADSE?

É certo que o tempo é de crise e nestas alturas impera muitas vezes a demagogia, logo, tudo o que cheira a diferente, ou é ligeiramente melhor em relação à maioria, é apontado como benesse ou privilégio imerecido.
Quem assim pensa vai por maus caminhos, nivelar por baixo sempre foi tentação de demagogos ou mentes mal formadas.

Ora não é isso que se espera de quem se escolhe para governar e não é assim  certamente, com exemplos deste calibre, que se poderão mobilizar vontades e potenciar energias tendentes à criação de riqueza que contribua para a melhoria de vida e bem-estar da população portuguesa.

Sem comentários:

Enviar um comentário