Em Portugal os valores, a honra, valem cada vez menos. A opinião com que ficamos acerca de algumas instituições e personalidades que deveriam constituir as “elites da nação” vai-se degradando e, dia após dia, esboroa-se um pouco mais. A classe política e o poder judicial, dois dos principais pilares do normal funcionamento do Estado, de há muito que deixaram de merecer a confiança inequívoca de muitos de nós.
Agora, para agravar o clima de desconfiança entra também neste “rol” a classe dos médicos, que à partida, pela sua formação, não se esperaria a alinhar em ilegalidades e esquemas fraudulentos.
Ora, segundo notícia avançada esta segunda-feira pelo Diário de Notícias, a Inspecção Geral das Actividades da Saúde (IGAS) instaurou 14 processos, que envolvem 22 médicos, por indícios de violação do regime de exclusividade de funções públicas, ou seja, descobriu-se que além de nos tratarem da saúde também nos tratavam da carteira, burlando o Serviço Nacional de Saúde.
Claro que isto não responsabiliza toda uma classe, na sua esmagadora maioria constituída por profissionais abnegados e cumpridores das regras, mas não deixa ser um sintoma do estado deplorável a que as coisas chegaram.
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