terça-feira, 5 de abril de 2011

Conselheiros de Estado


Pensava eu que o Conselho de Estado, órgão de consulta do Sr. Presidente da República, não obstante as diferenças de opinião em virtude de no mesmo estarem representadas várias sensibilidades, não só da política como do meio científico, cultural e empresarial em representação da sociedade civil, reunia no seu seio os melhores de entre os melhores.

Sempre ouvi dizer, sendo aceite por todos, e bem , que os assuntos ali tratados, qual “segredo de estado” não se discutiam depois na praça publica.

Fiquei pois desagradavelmente surpreendido com os comentários que surgiram na comunicação social após a última reunião deste órgão de consulta do Sr. Presidente da Republica.

“José Sócrates questionado numa entrevista sobre o empréstimo a curto prazo responde que esse assunto não foi discutido”

“Bagão Félix responde que primeiro-ministro está a mentir e contrapõe que José Sócrates não falou a verdade quando disse que no Conselho de Estado não se falou em empréstimo...”

“Em defesa de Sócrates, Almeida Santos considerou lamentável que Bagão Félix acuse o primeiro-ministro de mentir e reafirma que José Sócrates falou a verdade quando disse que no Conselho de Estado não se falou em empréstimo...”

“No mesmo sentido Carlos César desmente Bagão Félix sobre declarações no Conselho de Estado”

“Em defesa de Bagão Félix, António Capucho responde que este está a falar a verdade quando disse que o primeiro-ministro mentiu ao negar a discussão da ajuda externa a Portugal no Conselho de Estado”

Ou seja minguem se entende. Perante os momentos graves, mesmo dramáticos que assolam o País estes senhores, Conselheiros de Estado, entretém-se com “mimos” deste calibre, insultando-se mutuamente.

Será que não se apercebem do mau exemplo que estas situações acarretam?
São estes os exemplos que querem dar aos portugueses a quem todos os dias pedem redobrados sacrifícios?
Perante imagens tão tristes como querem que os nossos parceiros nos emprestem dinheiro e acreditem que somos dignos de crédito e merecedores de confiança?

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