terça-feira, 31 de maio de 2011

Greve na CP

Há em Portugal alguns grupos profissionais que pela posição privilegiada que ocupam na sociedade têm o poder de afectar de forma muito grave toda a economia do País sempre que, com a razão ou sem ela, recorrem à greve para defesa dos seus interesses de classe.


Estão neste caso os trabalhadores da CP, empresa falida que sobrevive graças aos impostos cobrados aos cidadãos, muitos dos quais pouco ou nada dela recebem uma vez que não utilizam tal meio de transporte.

Ora num momento em que se pedem sacrifícios a todos, com cortes de salários na função publica, aumento de impostos e o mais que há-de vir os funcionários da CP, na defesa dos seus interesses, não lhes ocorre nada melhor que partirem para a mais uma greve, prejudicando gravemente uma parte da população com tantos ou mais problemas que os seus. Acresce que estes trabalhadores (bem como a administração da CP), ao que julgo saber, já beneficiam de regalias muito acima do que é normal para a maioria do português comum.

A greve é uma conquista de quem trabalha mas deve ser usada com ponderação. A sua vulgarização, de que é exemplo o caso presente, descredibiliza este meio de luta. Estas greves na CP, por sistemáticas e despropositadas, além de levarem à falência acelerada da empresa acabam por provocar a insatisfação de muitos, podendo deste modo acabar por se virar contra os trabalhadores.

A defesa de interesses de grupo, ainda que justificados, não pode nem deve prejudicar os justos direitos da maioria do povo português. Será que os nossos sindicalistas não vêm isto?

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