Nos últimos tempos muito se tem falado acerca do desemprego, nomeadamente, desemprego jovem. É certo que o país está em recessão, o investimento privado quase não existe, aumenta a idade da reforma, o estado despede funcionários e não renova os seus quadros de pessoal.
Nestas condições como é evidente
os primeiros afectados são os jovens sem experiência em actividades laborais,
não obstante terem mais e melhor formação teórica que as gerações mais velhas.
Dirão alguns que não é fácil
resolver esta situação nas condições actuais, com o país e a Europa em recessão
e com fraca ou nula gestão da componente política, numa Europa sem rumo, que,
se bem conduzida, permitiria resolver ou no mínimo minorar grande parte dos
problemas.
Assim sendo será admissível que
se continue a permitir que os melhores lugares disponíveis sejam depois
ocupados por “jovens reformados da politica”, com poucos anos de descontos, mas
auferindo reformas chorudas e bons contactos, que lhes permitem açambarcar para
si os escassos postos de trabalho em prejuízo dos mais jovens e desempregados? Em
última análise esta situação configura uma concorrência desleal, com prejuízo
dos mais jovens e do próprio país.
É que estes senhores não se
dedicam a “trabalho comunitário”. Não, eles ocupam os lugares melhor
remunerados e, em muitos casos, procuram afastar dos lugares de decisão os mais
activos e inteligentes dado que os mesmos, são menos fáceis de “domesticar” podendo, se demasiado próximos, ensombrar o brilho dos seus medíocres
desempenhos. Mais, nas novas funções, estes esforçados trabalhadores, não
abdicam das reformas que lhes foram atribuídas, na maioria dos casos, pelos escassos
anos que dedicaram ao serviço “causa pública”.
Acresce que muitos destes
“reformados políticos”, têm acesso privilegiado a lugares chave da vida pública,
em cargos de direcção em Empresas publicas, Bancos, Televisões e outros meios
de comunicação. Logo, não se limitam a “cuidar dos netos”, não! Aproveitam, a
oportunidade e ainda nos “bombardeiam” diariamente, tentando convencer-nos que
fomos nós que gastámos de mais, que não há dinheiro para reformas (de que
descontou ao longo de uma vida de trabalho) e que os sacrifícios, não o deles
mas os da população que trabalha se justificam e que, para o bem do país, têm
que continuar.
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