sexta-feira, 20 de setembro de 2013

“Desemprego jovem” versus “Emprego de reformados políticos”


Nos últimos tempos muito se tem falado acerca do desemprego, nomeadamente, desemprego jovem. É certo que o país está em recessão, o investimento privado quase não existe, aumenta a idade da reforma, o estado despede funcionários e não renova os seus quadros de pessoal.

Nestas condições como é evidente os primeiros afectados são os jovens sem experiência em actividades laborais, não obstante terem mais e melhor formação teórica que as gerações mais velhas.

Dirão alguns que não é fácil resolver esta situação nas condições actuais, com o país e a Europa em recessão e com fraca ou nula gestão da componente política, numa Europa sem rumo, que, se bem conduzida, permitiria resolver ou no mínimo minorar grande parte dos problemas.

Assim sendo será admissível que se continue a permitir que os melhores lugares disponíveis sejam depois ocupados por “jovens reformados da politica”, com poucos anos de descontos, mas auferindo reformas chorudas e bons contactos, que lhes permitem açambarcar para si os escassos postos de trabalho em prejuízo dos mais jovens e desempregados? Em última análise esta situação configura uma concorrência desleal, com prejuízo dos mais jovens e do próprio país.

É que estes senhores não se dedicam a “trabalho comunitário”. Não, eles ocupam os lugares melhor remunerados e, em muitos casos, procuram afastar dos lugares de decisão os mais activos e inteligentes dado que os mesmos, são menos fáceis de “domesticar” podendo, se demasiado próximos, ensombrar o brilho dos seus medíocres desempenhos. Mais, nas novas funções, estes esforçados trabalhadores, não abdicam das reformas que lhes foram atribuídas, na maioria dos casos, pelos escassos anos que dedicaram ao serviço “causa pública”.

Acresce que muitos destes “reformados políticos”, têm acesso privilegiado a lugares chave da vida pública, em cargos de direcção em Empresas publicas, Bancos, Televisões e outros meios de comunicação. Logo, não se limitam a “cuidar dos netos”, não! Aproveitam, a oportunidade e ainda nos “bombardeiam” diariamente, tentando convencer-nos que fomos nós que gastámos de mais, que não há dinheiro para reformas (de que descontou ao longo de uma vida de trabalho) e que os sacrifícios, não o deles mas os da população que trabalha se justificam e que, para o bem do país, têm que continuar.

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