segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Os alemães não têm emenda

Os “benfeitores” alemães entendem que só eles trabalham e como tal, os povos do sul da Europa, os “malandros” mal comportados, na sua maioria países consolidados com muitos anos de história quando eles, às turras por essa Europa, não passavam de grupelhos bárbaros sem referências, devem ser severamente castigados.
O desplante é tanto que um obscuro ministro das Finanças do estado federado da Baviera se permite emitir “boutades” como esta: - Grécia "deve sair da casa da mamã".

A propósito desta notícia gostaria de contrapor o relato, que recebi por E-mail, que retrata uma realidade bem diferente, de reiterado mau comportamento, dos “benfeitores” da Europa actualmente comandados pela inefável Fraulein Merkel.

»»Alemanha…A memória curta dos maiores e mais perigosos caloteiros do século XX.««

Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida.

Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas, defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel. Os dois responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas no Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.

"Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus credores", disseram ao jornal "Bild". Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.

O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século XX. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a dívida grega de hoje parecer insignificante.

"No século XX, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece esquecido", sublinha Ritsch.

O historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas.

A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade económica a outros países.

Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que seja feita a contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se desconte o que a Grécia deve actualmente.

(Sérgio Soares, jornalista português
'lex scripta lex tradita'
Vítor Gomes)

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