domingo, 22 de novembro de 2009

Os professores são Funcionários públicos?

A propósito do sistema de avaliação dos professores, que primeiro era irreversível e agora deixou de ser interrogo-me:


1- O processo de avaliação proposto era menos burocrático, confuso, ineficaz e injusto que o dos restantes funcionários públicos, vulgo SIADP?

2- Se não porque se muda um e deixa o outro sem alterações?

3- Sendo os professores, tanto quanto sei, funcionários públicos porquê um sistema diferente?

Claro que pode haver muitas respostas a estas questões mas, no fundo, o que fica é a sensação, ou melhor a convicção, de que não há um rumo definido e continuamos a governar à vista.

Mais uma vez os princípios são mandados às urtigas, prevalecendo a lei dos grupos com mais poder junto da opinião pública.

Ao que sei o embrião do actual SIADP teve origem num estudo bem pago a um tal de Deus Pinheiro, o tal que abandonou o cargo para que fora eleito logo que verificou que o PSD perdera as eleições.

O PS quando chegou ao poder, com ligeiros remendos, para pior, logo correu a aproveitar o trabalhinho já feito.

Na altura, a comunicação social e partidos da oposição, acharam bem e aplaudiram uma vez que era desta que a “malandragem” que nada faz ia ser avaliada à séria.

Dizia-se que o objectivo seria distinguir e premiar os melhores, o que considero correcto.

Passados estes anos a “coisa” não é bem assim.

Na verdade nalguns casos, raros, os melhores são mesmo premiados.

Na maioria das situações, até porque as pessoas trabalham e esforçam-se para poder progredir na carreira o “Mal” é, como se costuma dizer, dividido pelas aldeias, notando com melhores notas uns funcionários num ano e no ano seguinte, sem razão aparente, deixa-se cair esse funcionário, para dar melhor notação a outro. Este sistema, que não beneficia nem um nem outro, prejudica ambos.

Noutras ocasiões, demasiadas para o meu gosto, os mais bem notados são os melhor colocados junto do poder instituído ou os amigos de quem tem poder para decidir

Tais situações em vez de estimular a salutar competição, em que a maioria se revê nos melhores, procurando imita-los ou seguir-lhes o exemplo, acaba por provocar, todos os anos, descontentamentos e invejas, ora de uns ora de outros

Este estado de coisas, além de lesar a maioria dos funcionários, em nada beneficia os serviços de que dependem. Ainda que poupando alguns euros os organismos acabam por ter pessoas descontentes, logo menos produtivas e pouco motivadas para o serviço publico.

Este estado de coisas, não tem todavia sido motivo de interesse, quer dos Sindicatos, quer dos Média, quer dos nossos Eleitos para a AR.

Ao contrário da unanimidade em redor da injustiça relativa à proposta de avaliação dos professores, da antiga Ministra da Educação, nenhuma voz se levantou contra o SIADAP dos restantes funcionários públicos.

Porque será?

Nota: - Considero que o actual sistema, de avaliação dos professores deve ser substituído por outro que possibilite uma avaliação justa, premiando os melhores, permitindo que dêem aulas, que exerçam a sua função de ensinar e, obviamente, concordo com as revindicações destes funcionários.

AJGR

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